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Anticoncepcional e reposição hormonal e o câncer de mama

Postado em 29/10/2019



As pílulas anticoncepcionais e a reposição hormonal colocam grandes pontos de interrogação na cabeça das mulheres. Entre outras questões, paira no ar aquela possibilidade de causarem câncer de mama.

Mas é importante avisar logo de cara: não há consenso nesse debate dentro da própria comunidade médica.

Os primeiros contraceptivos criados de fato elevavam o risco de você ter um tumor de mama. Isso porque continham altas doses apenas de estrógeno – um hormônio feminino que estimula a multiplicação desordenada das células.

Atualmente, os anticoncepcionais orais são compostos por uma quantidade bem menor de vários hormônios combinados. Essa particularidade minimiza a possibilidade de a doença dar as caras.

Um estudo da Universidade de Copenhagen, na Dinamarca, publicado no fim de 2017, revelou que, ainda assim, é preciso contemplar esse risco no consultório. Os cientistas analisaram 1,8 milhão de dinamarquesas de 15 a 49 anos de idade.

Comparando as mulheres que haviam usado algum anticoncepcional com as que nunca o fizeram, concluiu-se que a probabilidade de desenvolver a enfermidade era 20% maior no primeiro grupo. E a situação se agravou para as voluntárias que usaram as pílulas por mais de dez anos.

O estudo sugere que, em certos subgrupos de mulheres, o anticoncepcional, mesmo combinado e em dose baixa, pode aumentar discretamente o risco.

Mas atenção: os próprios autores concluem o artigo ressaltando que o perigo é relativamente baixo e está ligado ao uso prolongado do medicamento. Então não é preciso entrar em pânico, até porque esses comprimidos, quando bem empregados, rechaçam um problema de saúde pública grave: a gestação indesejada.

Para afastar o câncer de mama, o ideal é dar atenção a outros fatores mais significativos. Estamos falando de obesidade, sedentarismo, dieta inadequada e consumo elevado de álcool.

 Outra pesquisa, também conduzida na Dinamarca, analisou mulheres na mesma faixa etária do trabalho que citamos antes. Os experts concluíram que a pílula preveniu 21% dos tumores ovarianos na população estudada.

Isso se deve ao fato dos contraceptivos suprimirem a ovulação. E com esse órgão trabalhando menos, assim por dizer, a ameaça de algo surgir e ocasionar um tumor maligno é menor.

A reposição hormonal:

Esse é um tema mais delicado. Entretanto, lembre-se de que o excesso de hormônios femininos no corpo pode fomentar um câncer de mama, especialmente em mulheres mais velhas.


Só que, de novo, não podemos nos entregar ao alarmismo. Estamos falando de um tratamento que, ao longo das décadas, mudou muito. Fomos do uso de estrógeno conjugado para outras drogas e formas de reposição até a de baixa dose.

Em outras palavras, a técnica também evoluiu. Além disso, pode auxiliar contra a osteoporose, a perda de libido etc. A prevenção está relacionada aos hábitos. Por isso, a decisão final sobre a pílula depende da avaliação médica. Sobre a reposição, converse com um médico especialista e não saia do consultório sem resolver todas as suas dúvidas.



O ASSIM SAÚDE orienta a buscar a ajuda da medicina para questões relacionadas à saúde.